terça-feira, fevereiro 02, 2010

Fábula do Porco-Espinho (humores)


Durante a era glaciar, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram juntar-se em grupos, assim agasalhavam-se e protegiam-se mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.
Por isso decidiram-se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha:
Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.
Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.
E assim sobreviveram.

Moral da História

Um relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele onde cada um aprende a conviver com os defeitos do outro, e admira as suas qualidades... Encontrar a felicidade e ser feliz sempre acima de tudo.

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...e é assim. Não somos iguais, ninguém é e daí termos de viver com a diferença. Há alturas em que a mais pequena coisa irrita e torna uma alteração de voz num fervilhar de emoções, uma tempestade num copo de água. O cansaço não ajuda e há coisas para fazer em casa mesmo depois de um dia de trabalho. Mas o pior foram os primeiros enjôos.
Uns dias em casa e a Fnac Alverca prescindiu dos serviços da Ana. Pouparam-se os euros do passe e duas viagens diárias de 45 minutos cada.
Um pensamento que sempre tive presente (e tenho): nós vamos conseguir. O orçamento pode ficar curto mas vamos conseguir.
A atenção que lhe negaram, encontrou noutro emprego que arranjou numa empresa do grupo Caixa Geral de Depósitos - PME Link, para onde eu enviava material informático quando trabalhava na Logística Informática. Não fosse a presença do INEM no edifício da CGD na 5 de Outubro e a má disposição provocada por um medicamento que tomava, em duas ocasiões, não a teriam observado nem estabilizado imediatamente. Os cuidados do INEM e dos chefes da Ana foram o que de mais humano encontrei mas não foi o suficiente para ainda ter esse emprego - o chefe máximo não quis.

No meio destes altos e baixos, não é fácil manter o espírito em alta ou o humor. Bem... o humor, umas palhaçadas e filmes cómicos à mistura com um jogo de cintura vindo de não sei onde, temos vindo a ultrapassar "os baixos". (as minhas desculpas à Gente Pequena). O irónico é que a medicação foi alterada e a mudança foi do dia para a noite mas aquele emprego já era coisa do passado. E mais uma vez, depois de uns dias em casa (a bater mal), arranjou outro emprego.

Aqui entra a compreensão da senhora da Vedior na tentativa de arranjar algo como compensação da "nenhuma compreensão" do chefe máximo da PME Link, apesar dos chefes directos da Ana quererem ficar com ela. Novo emprego, este em part-time mas dado o momento da gravidez, é bom sim senhor. Mais tempo para descansar.

O cansaço toma conta da gente. A Felicidade existe mas por vezes não se nota. Faz-se por vivê-la, ir buscá-la onde está escondida, trazê-la à superfície.
Um olhar. Um carinho. Um abraço no meio de cada cansaço. Um sorriso porque o sorriso é muito bom (e bonito).

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