quarta-feira, dezembro 20, 2006

Vaticano pondera equipa de futebol (Destak 19/12/06)




Consta que o nº 2 do Papa, o Secretário de Estado é um apaixonado por futebol. Daí à aprovação pelo Santo Padre para a constituição de uma equipa de futebol, que conta com a colaboração de estudantes brasileiros, irá uma distância equivalente ao meio campo do adversário.

Já estou a ver:
- A bola é chutada pelo guarda-redes, equipado de batina amarela e preta, com o numero 1 nas costas, nome por cima (Bartolomeu), e por baixo do numero a palavra em itálico “Aleluia!”. À frente, a cruz de Cristo sobre o peito.
A bola sobe para descer logo de seguida no campo do adversário. Os jogadores de batina correrem atrás da bola, a ganhar o lance e a gritar, alto e em bom som, em pose triunfante sobre o Mal, “Vá de retro, Satanás!”. Passam para a esquerda, onde o lateral arregaça a batina preta e branca rasga o terreno a grande velocidade, como que pairando no ar, içado pelos Anjos; dribla um adversário e centra para a entrada da grande área. O ponta-de-lança, de 10 nas costas, solta um “Seja feita a Vossa vontade!”, bem alto, ao mesmo tempo que, de batina arregaçada para não dificultar os movimentos, salta e cabeceia para o fundo das redes.
Êxtase geral no campo e nas bancadas! Os jogadores cumprimentam-se e a multidão vibra, e em uníssono, elevam os braços aos céus, aclamando “Ó Sana nas alturas, Ó Sana!”.

Resultado: Céu – 1; Demo – 0.

Bandeiras com a Cruz de Cristo, esvoaçam e grandes lençóis tirados das camas (“Perdão, Sr. Abade!”), passam mensagens de apoio aos jogadores: “Aleluia, irmãos!”; “Queremos um Milagre!”. Outro em cartolina, junto ao terreno de jogo faz um pedido especial: “Irmão Isidro, dê-me a sua batina.”

O guarda-redes adversário, equipado de laranja e vermelho fogo, chuta a bola e a multidão grita bem alto: “Filhooo do Demooo!”

O jogo prossegue; nas bancadas, de um lado bênçãos e esconjuros e do outro, bruxedos, feitiços e caretas de língua de fora – “blaaah”, acompanhados com gestos imitando os adornos de Satanás.
Um lance mais ríspido leva a multidão a gritar alto a indignação – “Pecador! Pecador!”; o prevaricador solta um “blaaah!”, de escárnio enquanto se afasta.
Devia de ter tido mais tento na língua porque foi obrigado a ajoelhar junto ao quarto árbitro e a rezar quatro Padres-Nossos e dois Avés-Maria, em voz alta e bem compassado, para não saltar nenhuma sílaba, e é benzido com água benta. Vê-se o fumo a subir ao queimar a pele.
Loucura! Exaltação! Credo, que horror! (arrepio).
Após o castigo reentra em campo. Outro, mais exaltado, levantou a batina para atrapalhar o adversário no momento de chutar a bola; o infeliz tropeça, dá dois pinotes no ar, junta um “Ai Jesus, Maria, José!” e aterra em cheio de traseiro e um esgar de dor na face, com o colarinho à banda e a batina completamente esfarrapada. O pecador foi levado para trás da baliza correspondente e Exorcizado no local.

A atrapalhação de jogar de batina, de jogadas perdidas e outras ganhas, é anulada com gritos de “Deus escreve direito por linhas tortas!”, enquanto passam hóstias uns aos outros e bebem sumo de uva (!?).
Por detrás da baliza a fé impera e as Irmãs mandam. Saltos acrobáticos e pompons no ar, juntam-se a gritos…perdão, exaltações ao Senhor: “Dêem-me um “C”…”C”; dêem-me um “E”… “E”; dêem-me um “U”… “U”…Céúú…Céúú…”, e saltam e saltam e andam à roda, à roda. Os Padres benzem-se, tapam os olhos (de dedos abertos!), mas incentivam: “E que tudo o mais vá para o Inferno!”.

E o jogo continua.

É o Futebol Espectáculo!

Seria interessante também se houvessem árbitros padres.
Árbitros Padres!
Eis a solução para a corrupção no futebol.

(uma ideia a explorar para a próxima)

segunda-feira, dezembro 11, 2006

O que poderá acontecer à Costa da Caparica?


Poderá suceder na Costa da Caparica, o mesmo que na Indonésia?
Concerteza que sim. Um maremoto “entrará” e levará tudo pela frente, sem dó nem piedade, travado possivelmente pela arriba localizada muito mais atrás. Até lá chegar, muita coisa desaparecerá. Não falo das pessoas, mas para bom entendedor…
Pessimismo?

Duvido que seja suficiente o que se esteja a fazer agora, com a colocação (ou recolocação), de areias nos locais de onde o mar as retirou no espaço de quatro dias; e também que seja razão para ficar, de alguma maneira mais descansado!

Já, pelo menos de há três anos para cá, se tinha verificado que o mar “roubava” quantidades substanciais de terreno, e são bom exemplo disso, a praia de Santo Amaro de Oeiras e a praia do Paraíso e Tarquinio, na Costa, as duas primeiras praias que ficam ao pé do Terminal das camionetas.
Pelo menos eu já tinha reparado nisso!
Na praia da Linha, após o Inverno era actividade normal a reposição da areia retirada pelo mar, facto que aumentava sobremaneira a área da praia para gáudio dos veraneantes.
Se uns achavam bem, e eu sou um deles, por outro lado não creio que muitos outros achassem estranho o porquê de tal empreendimento.

O Clima (ou o Homem?!), está a mudar a face do planeta aos poucos, e às vezes mais rápido que isso.

Altura houve em que se chegou a falar do que poderia suceder se Lisboa fosse assolada por um maremoto, da possibilidade do mar “reclamar” o que é seu e lhe foi retirado e note-se, não é pouco!
Pois, também eu me lembrei disso e desejava estar nessa altura num local alto o suficiente para não sofrer muito ou o menos possível.

O que se passa agora na Costa da Caparica, é tão só (mais) um Aviso Muito Sério do que está a acontecer. Se nas primeiras praias da Costa a questão poderá minimizar-se ou resolver com o reforço, senão aumento dos pontões, vulgo quebra-mar, como resolver o problema nas praias que não possuem quebra-mar, naquela língua de areia que se estende até à Fonte da Telha, pelo menos?
Quando se está na praia, ao voltar as costas ao mar, em frente ao longe depara-se uma arriba bem alta. Ocupada em alguns locais por prédios ou pequenas moradias, toda aquela extensão de terreno foi outrora ocupada pelo mar. Logo na Costa, na avenida dos restaurantes e bares, durante a abertura das fundações para a construção de um hotel à uns bons anos, estiveram umas bombas de água a trabalhar incessantemente, a retirar a água que surgia no meio da areia, areia de praia. Toda aquela zona está construída por cima de areia, sendo preciso escavar bem fundo para encontrar rocha, sólida o suficiente para as fundações.

A preocupação, agora, com o avanço do mar é legítima se se considerar que será Tarde (ainda a tempo) para se fazer algo que já deveria de ter sido feito, mas não tão Tarde para o fazer imediatamente. Agora, é imperativo reforçar as dunas, afim de proteger os que estão por detrás e os seus pertences, Parques de Campismo e casas de habitação. Colocar vegetação que fixe as dunas, senão algo mais sólido com areia por cima; impedir a circulação de veículos e outras construções tão só porque já chega as que já lá estão.

Tentar minimizar as perdas que acontecerão de certeza se o Clima continuar assim, é a única hipótese.
Pessimismo ainda?


Mais vale agora porque já é Tarde mas ainda não tão Tarde quanto isso.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Natal na Clareira


Por vezes tenho a sensação de que estou a entrar numa floresta, à espera de ao virar da esquina ver um pequeno gnomo de voz rouca, barrete vermelho e pompom na ponta, sapatos bicudos a virar para cima e guizos irritantes a dar-me os bons dias, saltando de uma lado para o outro. Logo de seguida, sai a correr para um canto onde por uma janela pequena saem as prendas todas embrulhadas e prontinhas a serem separadas por zonas.
Nada sai sem Guia de Remessa! Absolutamente nada! Fica tudo registado no PC NTL 5.0, modelo sempre actualizadíssimo, ao segundo; assim consegue responder com a máxima eficácia a todas as solicitações.
Desvio-me dos ramos pendentes e das raízes que saem do chão, entro na Clareira e dirijo-me para a minha mesa. Ligo o meu posto de trabalho, irmão do último modelo do gnomo, pronto para iniciar a minha actividade. O tempo é relativo. Muda do dia para a noite mas não se nota diferença nenhuma. Lá fora a neve não pára de cair e como quase por milagre não cria montes maiores que a altura de um elfo. Os gnomos não gostam lá muito e de vez em quando designam um deles para ir à cave buscar a pá de neve e tentar baixar os montes. Mas não conseguem e o que é engraçado é vê-los tropeçar constantemente, ou na pá de neve ou na própria neve. Caem e começam imediatamente a resmungar roucamente – “Ai eu! Ai eu! Ai eu!”. Levantam-se, sacodem a neve da roupa, abanando ruidosamente os guizos e recomeçam novamente a actividade.

Isto é um corrupio de gnomos e elfos a entrar e a sair da Clareira. Todos querem saber algo: “Já chegou a remessa do Outro Lado? Quando chegar avisa-me que uma coisa para ir para lá. Obrigado.”; “Olha, faz-me um fax, rapidamente, a dizer para mandarem vir novos Livros de Registo. Obrigado”.
Todos pedem alguma coisa; informações acerca deste ou daquele Destinatário, se existem maus comportamentos que exijam a intervenção dos Anjos da Guarda (para puxarem as orelhas e fazê-los seguir o Bom Caminho); se a Caderneta de Identificação chegou ou não (junto com os presentes, segue sempre um C.P.D. - Cartão Personalizado do Destinatário, com uma palavra amiga do pai Natal).
Todos perguntam algo, inclusivamente coisas que eles próprios deviam de saber mas como a época é de festividades, tudo (ou quase tudo) se perdoa, porque afinal há gnomos que não são lá muito inteligentes… Mas…perdoa-se. É Natal! É Natal, e ninguém leva a mal! (adaptado).

Tudo é feito informaticamente. É liiindo! Mas desde sempre que é assim: não há papéis, ou melhor…os poucos papéis que existem são pequenos recados passados de mesa em mesa. Armários de prateleiras contêm CD’s de máxima capacidade com cópias de segurança. O seguro morreu de velho, mesmo na Clareira.
Dão-se todos bem, gnomos e elfos (ou elfos e gnomos, conforme seja um ou outro a dizer!). Rivalidades?... Nada disso. A verdade acima de tudo e há que dizê-lo com toda a frontalidade: os elfos são mais inteligentes (apenas um pouco para alguns, mas vá se lá entender a mente de um gnomo!).

O trabalho não pára. O almoço é por turnos e o mais engraçado é que todos saem à mesma hora! É um mistério. Não há fila no refeitório e até há, ou pelo menos nem se nota porque desde que se pega no tabuleiro, até à peça de fruta é tudo fluido.
O dia corre fluido na Clareira. Não pára. Flúi (ou flói, porque É Natal, e ninguém leva a mal! (adaptado).
Sai um turno e entra outro sem notar se é dia ou noite.

A neve não pára e um grupo de gnomos tropeçam e caem desajeitados, resmungam, levantam-se e cada um sacode e neve da roupa do outro porque assim é mais rápido. Os elfos riem. Ouve-se um suave trovejar mas tudo (ou quase tudo) se perdoa.

É Natal na Clareira.

Prendinhas para o Natal.



Com o Natal à porta, surgem no mercado uma série de gadgets, desnecessários para alguns e para outros, mas que despertam a todos uma grande curiosidade. São dispositivos portáteis com fins específicos e bastante práticos. Distingue-os de outros o facto de serem menos usuais. É mais habitual vê-los em filmes de ficção, do tipo Triple X ou do Agente Secreto 007 – Bond…James Bond.

Pensada por uma mente de merda, (provavelmente!), surge uma tampa de sanita que fala. De seu nome, “Toilet Nanny”, o seu objectivo é educar os homens (para quê fechá-la se na vez seguinte tem-se de levantá-la outra vez? Bah…), que deixam a tampa aberta depois de efectuar o serviço. Contudo, o autor não menciona a possibilidade de ser reprogramada para outras situações. A tampa, por si só não serve de nada sem o respectivo assento, daí com a qualidade diferente dos traseiros que andam por aí, sugestões há muitas. Poderia-se passar do “Fecha-me, por favor”, ao mais directo “Ó palerma, isto é para fechar”ou “Gostas do cheiro, ó estupor?”, adicionando um bom conselho – “Puxa a água, ó pastel. Havias de ficar com o cheiro na roupa para ver se gostavas, ó animal!”. Tampas mais evoluídas equipadas com sensor de peso, soltariam frases do estilo “Aí na pá…! Ganda cú!”, (serviriam como dissuasores do apetite); “Não comeces a comer sabonetes que não é preciso. Vai lá vai!”; “Argh…Despacha-te que não te aguento mais”, este dito em tom de aperto e agonia. O aparelho viria equipado com memória, não seria preciso mais de 256 mb para uma dúzia de frases, e autonomia para 2 meses. (porquê 2 meses? Não sei…lembrei-me!).

Logo nesta época de doçaria tradicional (filhós, lampreia de ovos, bolo-rei), um “iluminado” lembrou-se de arranjar um Pote onde o interessado numa dieta, esconderia as tentações da gula, com um temporizador que definiria o tempo durante o qual ficaria fechado. Pois acho que ficava melhor sem tampa; a entrada podia ser a cabeça de um crocodilo com um sensor de movimento que ao detectar um intruso, fecharia com a violência habitual do animal (cerca de 300lbs na dentada).
Resultado garantido? Hum…sssim, se houver força de vontade logo no princípio em colocar os doces e chocolates no pote; porque se não…não valia a pena a (já de si desnecessária), compra do objecto. Além do mais, o “iluminado” (que concerteza fará parte do lote dos Conscientemente Estúpidos Mas Que Fazem Dinheiro Com As Compras De Outros Estúpidos…!), não se terá lembrado de que o mais provável de acontecer ao abrir o Pote depois da época natalícia, era encontrar tudo cheio de bicharada e bolor, duro como o catano, servindo só para calçar o pneu de um camião ou como pisa papéis. Daahh! Aaaah…isto seria para os pacientes na dieta, que conseguissem olhar para o objecto, saber que continha iguarias…hum…nhiam…nhiam…divinais e não pegar numa marreta, perder o amor (?) ao dinheiro que deram por ele e esmagá-lo em mil pedaços.


Existe uma T-shirt, algodão puro, com sensor que capta o som ambiente e ilumina um equalizador gráfico flexível, óptimo para usar nas discotecas e bailes de paróquia. Alojado numa pequena bolsa dentro da T-shirt junto às pilhas, um chip de memória teria frases de engate para as gajas – “Que flor tão linda. Aguava-te todos os dias.”; “Mexe e remexe, vais ver que ele cresce.” (para surgir enquanto o portador esfrega o escroto); “Anda cá canina que o jantar hoje é fava!”; “Olá, o meu nome é Bunda…Tiago das Bundas! Queres sentir a minha mão?”.
A utilização poderá estender-se ao quotidiano como Camisola Interior Lembrete – equipada com auscultadores, enquanto ouve as músicas preferidas, um pequeno choque eléctrico (12/15 volts, não mais do que isso), seguido de uma mensagem nos auscultadores: “Amanhã, virar cuecas do avesso”; “Pagar subscrição da Playboy.”; “Comprar roupa interior nova. Deitar a usada fora.”



Funcionando ao estilo tamagochi, existe o CHUPA-M. O. S. (Consolador Humanóide Portátil Automatizado). De tamanho real, trás todas as utilizações inerentes à função com possibilidade de programação de outras tantas quantas necessárias à satisfação do utilizador, equipado com cabeça, tronco, membros e membro (tamanho sujeito à disponibilidade em stock). Precisa, evidentemente de cuidados humanos para desenvolver e crescer (!!!) e é capaz de desenvolver personalidade própria: tímido, atrevido ou ternurento. Tem sensores nas cabeças e mãos, três modos de vibração: Suave para os preliminares, Intermédio e Louco, ainda com mais uma velocidade extra para as insatisfeitas. Demonstra as emoções através de cores nos olhos – amarelo para Feliz, o verde para Disponível, o laranja para Quero-te e o vermelho vivo para Ai se te apanho….
Dois CHUPA-M. O. S. destes são capazes de interagir, possibilitando a desejada ménage à trois.
Para os utilizadores masculinos existe o modelo TODA-T. U. A. (Totalmente Obediente Disponível Automatizada), com sensores de movimento e vibração exterior e interior, também programável para dizer frases conforme a disposição ou não: “Chegaste, bebé. Queres agora ou depois?”; “Si, cariño, si! Damelo…Damelo!”; “Tão forte não que ainda fundo os circuitos!”, este como penúltimo aviso de segurança. O último, é um aviso sonoro tipo buzina de nevoeiro que aumenta gradualmente. As cores são as mesmas de maneira a evitar aumento de custos e é possível, também, os dois modelos interagirem por si só (excelente para os preliminares, mesmo sendo robots!), entrando depois o utilizador rebarbado para a ménage à trois.

Agora, um modelo exclusivo para as mulheres: um modelo que já foi considerado o Top nos últimos anos: o I-Fod.
Biliões de mulheres por todo o mundo não conseguem viver sem o seu I-Fod. Conta com inúmeras variações relativamente ao aspecto estético, formato, dimensões, peso e cores, capacidade de armazenamento (do depósito do líquido à escolha da utilizadora: lubrificante ou outro que saia no momento certo). É um aparelho que constitui a evolução do velho e primitivo Estimulador Facial, frio, insensível e feio (dizem!).
Fácil de manusear e transportar, permite satisfação em qualquer lado, em grupo ou a solo; um bom entretenimento relaxante para este Natal.


Todos os Natais é a mesma coisa: Há com cada maluco…! E afinal, os malucos até são inteligentes!


FELIZ NATAL A TODOS


(Texto adaptado e propositadamente exagerado)
f.p. 2006