terça-feira, fevereiro 20, 2007

A 2 - Reanimento.



Desejo pequenos pormenores,
Gota a gota.

Mil palavras de silêncio.
Tudo por Amor.
Para Amar.

Memorias esquecidas,
Nunca lembradas, a dois.

Não me esqueço de viver,
Porque sou assim.

Amar com mil palavras de silêncio no coração.
Reanimar
Sentimento

Sonhar (sempre) mais um dia,
Num lugar encantado.
Ter a sorte grande
De sentir o sopro do coração,
Perdidamente, louco por Amor.

Menos um dia.

Ela, a...



…cada vez mais aqui,


Já (quase) me perco.
Adormecido no lado errado da noite,
No lado só.
Cada vez mais aqui,
Longe do fogo da noite,
Num cenário vazio.

Já te perdias!

Cada vez mais aqui,
Só casca.

Dá-me ar!
Sangue!

Na luz na noite,
Apareceste.
Pálidos olhos azuis,
Não mais no lado errado,
Dão-me prendas.

O passageiro entrou.

sábado, fevereiro 10, 2007

Cabelos em queda (livre)






É um fenómeno normal e perder entre 50 e 100 fios por dia não é preocupante, mas mantenha-se atento: mais do que isso e é melhor ir ao médico.


Quantos de nós já entraram numa casa de banho pública, em casa de amigos ou no trabalho e repararam na presença de resquícios de fios? Quase toda a gente, claro.
Grandes ou pequenos, encaracolados ou esticados, em pé ou deitados (… que disparate!),...no rebordo ou lá dentro, mesmo.
É terrível. Então se conhecermos a pessoa que antes utilizou as instalações… (arrepio)


Dependendo da altura do ano, pode estar sem brilho, fraco e desvitalizado independentemente do volume do tufo. Também poderá ser considerado normal, dado o local onde se encontra!
Mudanças de estação, medicamentos, hereditariedade, pós-parto, stress ou problemas dermatológicos (como a dermatite seborreica).
Ao apresentar uma queda (livre), acentuada, irá reflectir-se na auto-estima.

- Alimentação saudável, rica e equilibrada com vitaminas e minerais, ajuda a um tufo bonito;

- Champôs e loções, lavando em dias alternados (caso seja muito oleoso), massajando junto da raiz. Se gostar dele comprido, utilize amaciador nas pontas evitando que fique iriçado. Não use o secador. Basta a toalha;

- Para os mais “à frente”, pintar pode enfraquecer um tufo que se pretende forte e bonito;

- Para melhorar a oxigenação dos tecidos, pratique actividade física.

É preciso pôr fim à perda do Tufo, ser amigo e adepto do Tufo bonito.
Pelo fim dos vestígios de tufo nos sanitários.
Ser saudável é ter um Tufo saudável.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Momentos a 2


Fogo e Ar

Arde e vê-se.
Um é o que o Outro precisa.
É, sem ser mais que isso.

É com o Prazer dos Sentidos,
Sentindo sensações sensoriais,
E na pele também.

O calor no contacto,
O calor do contacto.
Falar sem dizer,
Dizer com o olhar.

Bater mais depressa.
Tremer dos pés à cabeça.
Aceitar o Ser.

Prazer a Arder.
Respirar suspiros fundos,
Arritmias ritmadas
Sentidas.

Tocar e receber agrados,
Carinhos e demais.
Sem afectação.
Sem pudor.

Querer ter,
Estar,
Ser e poder.
É, porque é assim.

Confiar.

Momento a 1



Devia de ter morto logo no início.
Não devia de ter esperado tanto tempo,
Mas era difícil não sentir,
Deitar fora o que estava dentro…
… A doer.

A dor é grande e dói-me tudo.
Gritos de dor,
Dentro de mim.

Devia de ter arrancado tudo logo no início.
Coração, veias e artérias.
A pele que tu tocaste.

A dor é grande e dói-me tudo.
Odeio a dor, odeio-te
Dentro de mim.
És dor.

Devia de ter morto logo no início,
A dor que sentia.

Devia de ter arrancado tudo logo no início.
Coração, veias e artérias.
A pele que tu tocaste.
Devia…

É dor que dói e vê-se.
Vê-se o Vazio.
E o Vazio, dói.

Devia de ter arrancado tudo logo no início.
Coração, veias e artérias.
A pele que tu tocaste.
Devia…

... mas quem disse?


Mas há sensação melhor do que o Alivio?
Nem pensar nisso!

Qual orgasmo, qual euro milhões, qual totoloto, Joker, lotaria, qual ser pai, mãe, avô ou avó, qual conseguir tirar a carta de condução de mota ou ligeiros, qual quê, pá!

Então há melhor sensação do que conseguir aliviar a bexiga, muitas vezes mesmo no último micro segundo, pinga voando, tipo jacto de pressão? Alguma vez?!
O corpo fica dormente de tanto aguentar. Os pelos eriçam-se. Fazem-se expressões faciais de agonia e a cor grená vómito preenche aos poucos o rosto. Cruzam-se as pernas e rangem-se os dentes.
Pensamentos lindos e cor-de-rosa, são forçados a percorrer a mente, montes e vales, arco-íris grandes, crianças brincando com balões, saltando… saltando, não que a bexiga não aguenta!
- Criancinhas lindas, por favor… não saltem… andem, andem! Uma casa de banho! O meu Reino por uma casa de banho!

- “Ó martírio! Ó inclemência! Estará, porventura periclitante a vida do nosso menino?

Desapertar as calças em agonia, torna-se um martírio. Mãos e braços tremem, os dedos não conseguem segurar o fecho ou botões e quem não tem unhas… pior! Dói, sentir a carne a entalar-se na unha cortada rente. Os dedos escapam do fecho que encrava. A bexiga envia um sinal ao cérebro em forma de dor extremamente aguda. Morde-se o lábio inferior e as mãos tremem ainda mais. Puxam-se as calças para baixo, à força bruta, cuecas e tudo, rasgões na pele das coxas, tipo “dois-em-um” e depois … cada um sabe de si – quem quiser senta-se e faz mais qualquer coisita!

Ignora-se o perfume característico do local e expira-se uma sensação de liberdade, com um sorriso estúpido na cara ao mesmo tempo que os pelos na nuca repousam, enquanto outros se afastam com as nalgas quando a bufa da praxe sai sem pedir licença e ignorando quem quer que esteja do outro lado da porta.
(som abafado, prolongado: pfffffffff!)
Quem estiver sentado, desfalece de cotovelos apoiados nas pernas.
Quem estiver de pé, encosta a mão à parede. Ou as duas, se estiver com apontaria.
Loucura!
Imagens de montes e vales verdes, nuvens no céu e arco-íris, crianças a correr atrás de balões coloridos, passam, agora lentamente pela mente.
- Corram, criancinhas… corram! Saltem à vontade… cuidado com as pedras, vá… saltem, saltem!
… (suspiro prolongado)
- Haaa…! Sabe tão bem! Exxpectááculo…
Naquele momento, nem um terramoto nos tira dali. Nem que chovam canivetes – caso se esteja ao ar livre, por detrás de uma moita! Nada! Nada! A não ser que surja um pote de ouro à nossa frente… aí mexemo-nos para o apanhar, antes que apareça um duende estúpido vestido de verde, a agitar os braços no ar e a gritar:
- Ai o meu pote! Ai o meu pote! Larga, porco!

- Diz que é pouco, diz! Já uma pessoa não pode fazer uma necessidade nem apanhar o pote de ouro! Palerma! Ainda levas com um bocado na testa… Desanda, puto!

Serviço acabado.
As funções e acções corporais retornam ao normal. Nalgas e pelos do cú, incluídos.
E sem vestígios na roupa interior, o que é “mai lindo!
Melhor sensação do que esta…?
Nem pensar nisso!