quarta-feira, fevereiro 07, 2007

... mas quem disse?


Mas há sensação melhor do que o Alivio?
Nem pensar nisso!

Qual orgasmo, qual euro milhões, qual totoloto, Joker, lotaria, qual ser pai, mãe, avô ou avó, qual conseguir tirar a carta de condução de mota ou ligeiros, qual quê, pá!

Então há melhor sensação do que conseguir aliviar a bexiga, muitas vezes mesmo no último micro segundo, pinga voando, tipo jacto de pressão? Alguma vez?!
O corpo fica dormente de tanto aguentar. Os pelos eriçam-se. Fazem-se expressões faciais de agonia e a cor grená vómito preenche aos poucos o rosto. Cruzam-se as pernas e rangem-se os dentes.
Pensamentos lindos e cor-de-rosa, são forçados a percorrer a mente, montes e vales, arco-íris grandes, crianças brincando com balões, saltando… saltando, não que a bexiga não aguenta!
- Criancinhas lindas, por favor… não saltem… andem, andem! Uma casa de banho! O meu Reino por uma casa de banho!

- “Ó martírio! Ó inclemência! Estará, porventura periclitante a vida do nosso menino?

Desapertar as calças em agonia, torna-se um martírio. Mãos e braços tremem, os dedos não conseguem segurar o fecho ou botões e quem não tem unhas… pior! Dói, sentir a carne a entalar-se na unha cortada rente. Os dedos escapam do fecho que encrava. A bexiga envia um sinal ao cérebro em forma de dor extremamente aguda. Morde-se o lábio inferior e as mãos tremem ainda mais. Puxam-se as calças para baixo, à força bruta, cuecas e tudo, rasgões na pele das coxas, tipo “dois-em-um” e depois … cada um sabe de si – quem quiser senta-se e faz mais qualquer coisita!

Ignora-se o perfume característico do local e expira-se uma sensação de liberdade, com um sorriso estúpido na cara ao mesmo tempo que os pelos na nuca repousam, enquanto outros se afastam com as nalgas quando a bufa da praxe sai sem pedir licença e ignorando quem quer que esteja do outro lado da porta.
(som abafado, prolongado: pfffffffff!)
Quem estiver sentado, desfalece de cotovelos apoiados nas pernas.
Quem estiver de pé, encosta a mão à parede. Ou as duas, se estiver com apontaria.
Loucura!
Imagens de montes e vales verdes, nuvens no céu e arco-íris, crianças a correr atrás de balões coloridos, passam, agora lentamente pela mente.
- Corram, criancinhas… corram! Saltem à vontade… cuidado com as pedras, vá… saltem, saltem!
… (suspiro prolongado)
- Haaa…! Sabe tão bem! Exxpectááculo…
Naquele momento, nem um terramoto nos tira dali. Nem que chovam canivetes – caso se esteja ao ar livre, por detrás de uma moita! Nada! Nada! A não ser que surja um pote de ouro à nossa frente… aí mexemo-nos para o apanhar, antes que apareça um duende estúpido vestido de verde, a agitar os braços no ar e a gritar:
- Ai o meu pote! Ai o meu pote! Larga, porco!

- Diz que é pouco, diz! Já uma pessoa não pode fazer uma necessidade nem apanhar o pote de ouro! Palerma! Ainda levas com um bocado na testa… Desanda, puto!

Serviço acabado.
As funções e acções corporais retornam ao normal. Nalgas e pelos do cú, incluídos.
E sem vestígios na roupa interior, o que é “mai lindo!
Melhor sensação do que esta…?
Nem pensar nisso!

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