terça-feira, janeiro 28, 2014

Para quem não queria comer sopa....

...enganou toda a gente!






Assim do nada, enquanto via os desenhos animados na televisão, "entrou pelo ouvido" uma frase - "O avô está a tirar a sopa para comer."
De referir que o Gabe já havia comido a chicha com esparguete e algumas colheres da sopa dele quando disse que não queria mais e eu não insisti; pensei logo que se não quisesse comer mais na altura, uma horia depois eu fazia-lhe uma papa. Na boa.
Mas deu-me a volta bem dada!

Com aquela frase na cabeça, desceu da cadeira, foi para a cozinha para ver o avô a tirar a sopa para jantar. Depois correu para a mesa, subiu para a cadeira e...:
- "Eu gosto de sopa! Huummmm....... é boooommmmm.....!"

Uma colher para cada um e lá foi ele, comendo da sopa do avô ao mesmo tempo que ele. Lá punha uma hortaliça de lado mas comia outra. Coisas!
Mas comeu. Isso é que é importante.

domingo, janeiro 05, 2014

E.S.F. & A.J.P da Silva (O avô do Gabriel Patrício Palos)


Só soube hoje a meio da manhã quando o avô Augusto subiu cá a casa e me perguntou se eu sabia quem tinha falecido e disse também que eu ficaria triste:
- "Foi o Eusébio que faleceu." - e caiu-me tudo. 
Caiu-me mais pelo avô Augusto.
Não conheci o Eusébio nem tão pouco pude ter a oportunidade de privar com ele, por um bocadinho que fosse mas conheço quem o conheceu e teve algumas oportunidades de privar com ele; e foi a segunda coisa que fiquei a saber a meio desta manhã - foi o avô Augusto.
Quando o meu pai trabalhava na pastelaria Talismã em Benfica, bem perto do Estádio da Luz, algumas vezes depois dos jogos, lá vinha o Eusébio pela rua, já com um andar sofredor de quem deu tudo em campo pelo clube do coração, chegava e pedia ao meu pai para ir lá a casa e levar "umas coisas". E lá ia o Augusto. 
E o Augusto via o Eusébio esticado numa cadeira comprida com gelo nas pernas. E entregava as coisas.

Foi nesta altura que me virei para o meu pai e lhe disse para escrever essas coisas e mais algumas que concerteza haverá na sua história porque era a primeira vez que eu estava a ouvir aquilo. Ele já me tinha contado que via passar alguns jogadores do Benfica que falavam um pouco, também houve uma ou outra "pessoa importante" a vir a casa dos meus pais, alturas em que eu chegaram a estar comigo ao colo.
Isto foi hoje algo que eu soube, provavelmente entre muitas outras, vividas pelo meu pai.

O mais triste e estúpido e tudo isto é que ontem enquanto decorria o minuto de silêncio no jogo do Benfica - Gil Vicente, em homenagem a Manuel Seabra, não sei porque razão, pensei que se fosse pelo Eusébio, em nada seria de silêncio mas de exaltação pelo estádio inteiro do seu nome, alto em bom som, alto, alto, e bem alto gritado com fervor.
E no dia seguinte...

Aguenta coração (Pai).
És Augusto.

sexta-feira, janeiro 03, 2014

Podia ter o Poder de Poder mas...

 
 
 
Não tenho esse Poder e não terei; fechar os punhos, escondido num armário e voltar atrás no tempo mas se o tivesse, garanto que não o faria para sequer antes da decisão de querer ter um filho. O Gabriel.
Há acontecimentos que gostaria que tivessem corrido de maneira diferente e outros que simplesmente não tivessem ocorrido, antes do Gabriel e que de facto têm muito peso no meu Ser.
Mas não antes do Gabe.
Lamento os acontecimentos que farão parte do meu Ser, para todo o sempre e para além fim dos tempos.
Tão pouco é com o ânimo leve que penso (com um nó na garganta!), que as coisas são assim.
 
Ontem, o avô, com a voz um pouco embargada, disse que tem um livro que gostaria que o Gabriel lesse porque tem muito a ver com a sua própria história de vida; e que "lá mais para a frente, já cá não estaria". É lógico que lhe darei o livro para ele lêr e eu cá estarei para preencher "os espaços em branco" para lhe dizer como o avô (e a avó) são.
Não lho direi como "eram" porque não é esse o meu desejo. Desejo que "estejam cá" por muito mais tempo para o ver e para que ele os veja, para rirem com ele e ele com os avós, para terem refeições juntos, passeios e conversas e falarem das coisas, quaisquer que forem.
Para estarem.
Para Serem.
 
Quero fazer o que posso e quero pensar que posso fazer o que não possa.
Podia ter o Poder de Poder mas... Tenho o "não-Poder".
 
Mesmo Cansado Quero Continuar.
Mesmo que não consiga viver o dia como se fosse o último ou sempre com um sorriso na face, Quero passá-los, dormi-los na mais completa felicidade possivel.
O Gabe é o Maior.

Final de 2013 - Principio de 2014

 
 
E mais um ano que passou e o Gabriel... e o Gabriel é o Maior.
Pensei que se o tempo e ele próprio colaborasse, podiamos ter ido até Belém e ver o fogo de artifício entre o Terreiro do Paço e Almada mas já eu havia pensado em alternativas - ficar em casa, claro mas nada aborrecido porque simplesmente não fazia qualquer sentido; é o que é e foi com um sorriso de felicidade.
Jantamos nos avós, brincámos, vimos "pandas", todos constipados ainda. Nós, não os "pandas"!
O tempo não colaborou e o Gabe já estava com sono que pegou ao avô, ou se calhar foi ao contrário, o que ficará como o mistério final de 2013. Ah...e a avó também!
Eu havia comprado nos chineses um tubo com confetis que saem disparados depois de accionar um dispositivo que seria para fazer de tudo "um acontecimento bonito", uma coisa gira para o Gabe, e que iria ser mais ou menos pelas 22h30, bem para lá da hora de sono dele, já um pouco esticada. E foi; com o avô já na cama a tentar curar a constipação, fomos os três para a janela (chuvia lá fora), e após algumas tentativas sempre com o Gabe a perguntar - "O que foi, Pai... o que foi?".
E lá foi; lá dei com a coisa e a coisa disparou com um "pop" que atirou os confetis pela janela, espalhando tudo no ar, e o Gabe gostou da coisa-que-atira-papéis, tal que ja penso no mesmo para o ano que vem.
E para o ano que vem o Gabe será Maior ainda!
 
Subimos e pouco tempo depois, já deitado entre as minhas pernas no sofá da sala, adormeceu a beber o leite, pelas 23h00. Resolvi esperar pela meia-noite e pouco para o deitar na camita dele, para que não se assustasse com o barulho do final do ano na rua.
Abracei-o, beijei-lhe a cabecita e desejei-lhe toda a felicidade e saúde para 2014.
 
E para o ano, cá estaremos.