quinta-feira, janeiro 28, 2010

Vómitos ... uma realidade (gaita...!)


Uma situação irónica foi quando a Ana começou a tomar o Nausefe para os enjôos; só depois de algumas tomas é que lemos a literatura porque ela sentia na mesma os enjôos e sonolência.
O sono para ela estava a ser fora do normal, isto numa pessoa que por volta das 21 horas já estava no sofá a ver televisão com um olho aberto e outro fechado. Ela recusa-se liminarmente a ir para a cama porque prefere estar ao pé de mim onde eu estiver, na sala ou no quarto do Gabriel ao computador.
A Ana já era assim antes da gravidez, com sono por volta das nove da noite, o que causava algumas "desconversas" tudo porque eu só consigo ir para a cama quando estiver mesmo com sono, com investidas brutais da Joana Pestana (versão feminina do João Pestana), ou quando estou muito cansado, e para mim ver tv na cama é sempre em último caso.

Quando começaram os enjôos não foi preciso muito tempo para virem os vómitos. O medicamento que tomava deixou-nos sem palavras dado que na literatura indicava como consequências, sono e enjôos! Ora, a Ana passou a sentir sono o dia todo e a não conseguir manter comida no estômago logo pela manhã.

Nalgumas manhãs, tive de a levar ao trabalho de carro para ela não chegar atrasada, poupando-lhe uma viagem de comboio de 45 minutos, Amadora - Alverca, quando se sentia mal. Ouve vezes em que me senti extremamente mal comigo próprio quando lhe perguntava se queria levar isto ou aquilo de comida com ela.
Estive proibido de mencionar todos os tipos de comida.
Uma vez de manhã, ela conseguiu comer e aguentar uma tigela de leite com cereais até ao momento em que eu lhe perguntei se queria levar um pacote das batatas fritas preferidas Camponesa; reacção ainda mais rápida que laxante só que ao contrário, resultou em vómito directo para o lava-loiça, respiração ofegante do esforço, braços pendentes e olhar incrédulo na minha direcção. Só me apetecia enfiar a cabeça num buraco e tê-lo-ia feito não fosse a dor de cabeça com que ficaria de tanto bater com a cabeça no mosaico da cozinha.

Agora estamos de 6 meses e felizmente a situação é outra; apenas uma constipação que tarda a ir embora. mas antes, cada vomitar era acompanhado por faltas de ar pelo esforço causado, dores de costas e mau-estar, claro. A tensão baixa não ajuda muito.

Vómitos (perda de força / energia) + faltas de ar = cansaço / desfalecimento = Urgência do Hospital.
Foram alturas muito complicadas e assustadoras.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Ano Novo - Vida Nova - 24 de Janeiro de 2010


A madrugada não correu bem; a Ana está constipada e como não pode tomar medicamentos, o nariz entupido não a deixou dormir. Diferente de insónia mas não deixando dormir na mesma. Aliás, outra consequência do Nausefe - Insónias.
O engraçado é que quando a Ana começou a ter insónias, fazia questão de me acordar para me dizer que não conseguia dormir.
Que piadão, né? A cada insónia eu tentava dar a melhor resposta, com um olho aberto e outro fechado, sonolento, voz arrastada. Pela manhã ou no fim do dia, relembrava-lhe carinhosamente a madrugada e disse-lhe uma ou outra vez - "AmorLindo, chama-me as vezes que quiseres durante a noite mas p.f., guarda a insónia para ti, Linda!". Riamos muito porque eu tentava imitar a voz dela ensonada a chamar-me de madrugada, com o dedo no meu ombro - "Olha...olha...não consigo dormir!" - e eu ao acordar só pensava - "...olha que bom, Linda! Já somos 2!".
Nunca fiquei chateado, nunca fiquei aborrecido porque não há lugar sequer para pensar isso; não pode, não há...não faz sentido.
É um facto que acordo a cada estremecer da cama e muitas vezes me levantei para despejar o balde vermelho da esfregona, desde então denominado Balde do Vómito.
Uma ocasião engraçada quando ela estava sem trabalho foi quando o irmão João de 16 anos ficou lá em casa muito constipado e também com enjoos. Um dia quando cheguei a casa do trabalho tive de limpar o vomitado de um no balde e o da Ana no lavatório (quando estava na casa de banho, não aguentou o cheiro e foi logo para ali).
Sem problemas. Um abraço forte, um carinho e um minuto de cada vez.

(Um Beijo, meu Doce)

Agora as coisas estão melhores - com a medicação correcta, a má disposição e os fortes enjoos foram embora e... começaram as dores de costas. E pernas. E pés. São várias as cenas deste filme pré-parto. Volta e meia, servem-se umas massagens.

Neste dia em que escrevo (Sábado 23 de Janeiro), as coisas não estão fáceis para mim; soube da parte da tarde do falecimento da mãe de um amigo meu de infância e o pensamento está repartido entre a nossa gravidez e os meus pais. Uns vão e outros ficam, isso já se sabe. Mas nunca é fácil.
Quando nascemos não fazemos ideia de nada ou fazemos apenas ideia de fome, talvez frio e desconforto porque dentro da barriguita era tudo tão bom e acolhedor. Mas quando nascemos, não fazemos ideia nenhuma de que a nossa presença por cá é efémera ou apenas será o que fôr.

Desde o teste da gravidez que a minha mente entrou no MODO Preocupação-Espero-Que-Tudo-Corra-Bem. Fiquei Feliz mas não eufórico; Felizmente preocupado. Mas para que não fique a sensação de que serei um filho da puta insensível ou sem-saborão, digo que (apenas, para quem lê!) só à 3ª Ecografia é que explodi - Sorri, Dei Saltos na sala de espera à saida, Gritei na rua e Chorei, só porque o médico disse que estava tudo bem.

FELIZ 100%.

Ano Novo, Vida Nova - A confirmação


Nunca esta frase se adaptou tão bem para o ano de 2010.
A Vida Nova para 2010, foi preparada em Setembro de 2009, confirmada no dia 2 com o teste de gravidez adquirido por mim na Farmácia. Uma estreia para mim. A primeira de muitas.
Porquê escrever só agora e não desde o primeiro dia do teste de gravidez? Não sei. Não foi por não ter ficado contente com a noticia porque fiquei mas apenas por ter de imediato activado o MODO Preocupação-Espero-Que-Tudo-Corra-Bem.
Não fiquei eufórico (confesso). Fiquei preocupadamente contente.

À medida que o tempo foi passando, os sintomas habituais foram surgindo: desejo disto, desejo daquilo (meloa às metades, farinheira, p.e.), enjoos (os habituais e favoritos hamburgueres do McDonald's eram agora nojo), vómitos, reacções aos medicamentos, chamadas de urgência ao emprego da Ana por quebras de tensão e má disposição, urgência na Maternidade Alfredo da Costa, má disposição preocupante, urgência de grávidas no Hospital da Amadora e...

... e à altura destas linhas já só faltam 3 meses (mais dia, menos dia).