terça-feira, janeiro 26, 2010

Ano Novo - Vida Nova - 24 de Janeiro de 2010


A madrugada não correu bem; a Ana está constipada e como não pode tomar medicamentos, o nariz entupido não a deixou dormir. Diferente de insónia mas não deixando dormir na mesma. Aliás, outra consequência do Nausefe - Insónias.
O engraçado é que quando a Ana começou a ter insónias, fazia questão de me acordar para me dizer que não conseguia dormir.
Que piadão, né? A cada insónia eu tentava dar a melhor resposta, com um olho aberto e outro fechado, sonolento, voz arrastada. Pela manhã ou no fim do dia, relembrava-lhe carinhosamente a madrugada e disse-lhe uma ou outra vez - "AmorLindo, chama-me as vezes que quiseres durante a noite mas p.f., guarda a insónia para ti, Linda!". Riamos muito porque eu tentava imitar a voz dela ensonada a chamar-me de madrugada, com o dedo no meu ombro - "Olha...olha...não consigo dormir!" - e eu ao acordar só pensava - "...olha que bom, Linda! Já somos 2!".
Nunca fiquei chateado, nunca fiquei aborrecido porque não há lugar sequer para pensar isso; não pode, não há...não faz sentido.
É um facto que acordo a cada estremecer da cama e muitas vezes me levantei para despejar o balde vermelho da esfregona, desde então denominado Balde do Vómito.
Uma ocasião engraçada quando ela estava sem trabalho foi quando o irmão João de 16 anos ficou lá em casa muito constipado e também com enjoos. Um dia quando cheguei a casa do trabalho tive de limpar o vomitado de um no balde e o da Ana no lavatório (quando estava na casa de banho, não aguentou o cheiro e foi logo para ali).
Sem problemas. Um abraço forte, um carinho e um minuto de cada vez.

(Um Beijo, meu Doce)

Agora as coisas estão melhores - com a medicação correcta, a má disposição e os fortes enjoos foram embora e... começaram as dores de costas. E pernas. E pés. São várias as cenas deste filme pré-parto. Volta e meia, servem-se umas massagens.

Neste dia em que escrevo (Sábado 23 de Janeiro), as coisas não estão fáceis para mim; soube da parte da tarde do falecimento da mãe de um amigo meu de infância e o pensamento está repartido entre a nossa gravidez e os meus pais. Uns vão e outros ficam, isso já se sabe. Mas nunca é fácil.
Quando nascemos não fazemos ideia de nada ou fazemos apenas ideia de fome, talvez frio e desconforto porque dentro da barriguita era tudo tão bom e acolhedor. Mas quando nascemos, não fazemos ideia nenhuma de que a nossa presença por cá é efémera ou apenas será o que fôr.

Desde o teste da gravidez que a minha mente entrou no MODO Preocupação-Espero-Que-Tudo-Corra-Bem. Fiquei Feliz mas não eufórico; Felizmente preocupado. Mas para que não fique a sensação de que serei um filho da puta insensível ou sem-saborão, digo que (apenas, para quem lê!) só à 3ª Ecografia é que explodi - Sorri, Dei Saltos na sala de espera à saida, Gritei na rua e Chorei, só porque o médico disse que estava tudo bem.

FELIZ 100%.

1 comentário:

raulpmartins disse...

Tudo a andar...
Acho que é normal existir esse receio comigo foi tal e qual a mesma coisa, quando as pessoas perguntavam, " gostavas que fosse menino ou menina?" ao qual eu respondia " que venha cheio de saúde, mas se for menino não me importo...;-)".
Ai para casa os meus desejos, ( Sim desejos, não são só as gravidas que podem ter desejos) são de muita saúde para todos, e um grande abraço, e muitas felicidades.
Raul Martins.