quarta-feira, novembro 28, 2007

Leite de rata & outros animais









Que os famosos gostam de se fazer notados já toda a gente sabe. Volta e meia, um ou outro tem um devaneio muitas vezes disparatado, outras com algum, entenda-se algum, “sentido”.
Da boca da ex-de Paul McCartney, veio a sugestão de se passar a consumir… leite de rata. Rata, mamífero de quatro patas, peludo e que anda pelos locais mais repelentes do planeta. Essa rata. E não se fica por aí – sugere a substituição do leite de vaca, também pelo de cadela e gata.

Ora bem, dos três animais sugeridos, estes dois são os de maior conhecimento geral (mais ou menos 10 milhões de portugueses), o que não quer dizer que sejam melhor aceites como substitutos da velha e sempre amiga vaquinha, malhadinha e aqui vai um “múúú” reconhecido para ela.


Mas de disparatada até tem um (qual?) quê de sentido:
- Se conseguirmos tirar da cabeça o facto, repito, o facto de as ratas andarem “saudavelmente” em locais imundos e comerem de tudo; de as cadelas andarem na rua a beber água das sarjetas e de se lamberem (e não estou a falar do pêlo), e umas às outras também; e das gatas, apesar da reputação de animal asseado, se lamber na mesma (e ainda por cima ficam com aquele “ar” de quem achou um odor/sabor fora do normal, boca meia aberta a olhar para o vazio), e por conseguinte sofrerem de doenças em nada relacionadas com a sujidade que comungam…então, diz-nos a lógica de que o leite destes animais, até será capaz de ser nutritivo, saudável (proteínas e essas coisas assim).

No mesmo lado da originalidade da ideia, estará a resposta para o flagelo, praga de ratas (sim, eu sei que em Praga e Amesterdão não são consideradas flagelo e até estão legalizadas, mas não falo dessas), e também nos canis e gatis que sofrem de excesso de população animal.
A reconversão das vacarias para poderem albergar os novos animais, será o próximo passo, juntamente com a adaptação dos instrumentos de extracção do leite. É que as tetas de uma vaca nada têm haver com as de uma gata ou cadela. Para as tetitas de uma rata, já a indústria de miniaturização terá uma palavra a dizer, juntando também a miniaturização de máquinas de cortar cabelo afim de mais facilmente se desbravar os pêlos na rata. Necessários serão igualmente, meios para manter a rata, o mais tranquila e imóvel possível, o que se poderá revelar um problema, sabendo-se que uma rata quieta é uma rata morta. Aos saltos, pelo contrário é uma rata saudável.

A distribuição utilizaria os mesmos meios já existentes havendo, contudo que contar com a adaptação do consumidor ao chegar às prateleiras do supermercado e ver no pacote, o desenho de uma gata, cadela ou rata a olhar para si, radiante:
- “Consuma-me. Magro, Meio-Gordo ou Gordo. Consuma-me.”
“Leite de rata do campo. A pingar até si.”
“Lamba-se todo(a) com leite de gata siamesa. Próprio para gémeos.”
“Siga o seu nariz e verá que não se enganou: Leite Magro de cadela. Que faro apurado, o seu!”
.

Talvez não fosse tão risonho o futuro da distribuição do leite destes animais, uma vez que dada a proliferação de ratas, gatas e cadelas qualquer um poderá extrair e produzir o seu próprio leite, prevendo-se mesmo uma corrida aos canis, gatis e esgotos, esfalfando-se a populaça “bem” para garantir uma boa “reserva” destes animais. Da mesma maneira que para as crianças, as casas terão uma sala dedicada aos animais e os serões passados em família, conversando ou vendo televisão, comentando as notícias ou novelas enquanto se faz a ordenha.

É o novo retrato do serão em família.

(Seria engraçado ver o Jet 7 reunido em tertúlia na Ordenha das Celebridades!)

Há, no entanto uma incógnita na qual, das duas, uma:
- Ou haveria um incremento da produção de fraldas tamanho-família para as vacas que passariam a vaguear pelos prados, vilas e cidades (e quem as iria colocar?!), ou os serviços municipalizados terão (muito) trabalho suplementar para limpar as bostas dos passeios. Convenhamos…é diferente pisar merda de cão, de pisar uma bosta, correndo ainda o risco de deixar lá preso o sapato.
- “Que nojo, imagine-se perder o meu sapato pele de crocodilo!”

É complicado!
Seria a proliferação, qual lojas chinesas de McDonald’s, Burger King’s e afins, acabando com as vaquinhas na rua mas tornando-se a população portuguesa na mais anafada do mundo.
– Rebolamos, mas felizes.

O futuro revela-se, promissor ou não, veremos, mas com uma certeza:
- O Jet 7 continuará a colocar um sorriso amarelo na face do comum dos mortais, emitindo, nós logo de seguida um “Daahh…” enquanto abanamos em negação a cabeça.


P.S.: já agora, só falta alguém do Jet 7 perguntar “Onde é que o crocodilo tem as tetas?”



segunda-feira, novembro 05, 2007

Sinuhe


(...não quero (mas se tiver de ser...))

A. S. Q. P. porque é sempre a M. M. D. D.


O lusco-fusco chega rapidamente.
As pálpebras tremem de tanto peso assim, sem mais nem menos.
O que fica é só isto:

Bate forte, fortemente, como quem não me quer aqui;
Será granizo, será gente?
Granizo não é certamente,
Porque granizo não magoa assim.

Vê-se o escuro em baixo ao fundo.
Uniforme; sem defeitos. Bonito.

Por mais que desespere, os olhos não se habituam à ausência de luz e isso é bom.
Torna impossivel vêr as nódoas negras!
Mas a maior porra...
... é que dói na mesma!

...e mesmo assim...- "só quero um bocadinho."

A.S.Q.P. porque é sempre a M.M.D.D.
(cortesia de S.K.)



(sem comentários, p.f.. Já basta o que tenho na cabeça.)