segunda-feira, dezembro 29, 2014


Esta madrugada o Gabriel chamou, estava eu no alívio.
Cheguei ao pé dele e perguntei:
- Estou aqui, filhão; o que precisas? Queres ir à casa de banho?
- Não! Tu tens de fazer menos barulho... a ressonar!
- (silêncio de espanto, claro!) Eu??!... Ai sim...?!...

- Sim.
- Pronto...está bem. E então o que propões? Eu paro com o barulho, é?
- Sim. E quero ir p'a tua cama.
- (silêncio de espanto, Parte II) Ai sim...?!
- e já sentado na cama dele, aproximei-me do ouvidito e... - ... então e "o barulho", não te vai atrapalhar, não?!?
E o malandro, a sorrir, responde - Não. Tu páras! Gargalhada, claro! (mesmo de madrugada)
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(Já na minha cama, depois de o aconchegar) ele diz:
- Não consigo dormir! - e eu pensei (a sério?!?!) - conta-me uma história!
...e sinceramente, o que me ocorreu foi a História do Silêncio.
- Então, vou-te contar a história do Silêncio.
- Está bem.
- Mas tens de fechar os olhos.
- Está bem.
- Então vamos lá.... respira fundo (haaaaaaaaa....)... era uma vez o Silêncio (pausa........), e o Silêncio como não gostava de barulho (nova pausa...........)... saiu do sítio de onde estava, e foi para a camita (nova pausa........)... deitou-se no quentinho porque estava frio.... fechou os olhitos..... e adormeceu em silêncio.

Nesta fase da história, já eu estava também de olhos fechados, e quando os abri... já o Gabriel respirava profundamente, no Silêncio do sonito.
Resultou.