domingo, julho 29, 2012

Gabriel Miuzela Julho 2012




Férias Miuzela Julho 2010

Dia 25 de Julho, uma e sete da manhã, um calor do camandro dentro de casa e como não dá muito jeito dormir na rua num banco de jardim também porque fica mesmo junto ao posto da GNR, o Gabriel dorme à uma hora (na cama, em casa), e já estamos na Miuzela desde 6ª Feira, pelas 22:40, 10 minutos após a hora prevista de chegada.

Os primos que já viram o Gabriel tiveram a confirmação do pequeno “Ser” de quem já gostavam. Há primos que nos vêem à medida que passeamos na rua (sim, na rua porque se fossemos a casa de cada primo… digamos que se tinha de juntar a esta semana de ferias, mais umas quantas), e outros que teremos de encontrar noutra ocasião que poderá muito bem ser já na 5ªfeira, dia de feira mensal. Senão, será noutra ocasião.

È (quase) uma terra de primos.

O que já fizemos na Miuzela? O que fazer para ocupar o dia com uma criança de dois anos que acorda todos os dias por entre as 07:00 e as 08:00, mas estamos de férias? Simples: levantar e mãos à obra – ver fralda, vestir, preparar o leite ou papa e pensar se será melhor ir pela fresca até ao rio ou ir até ao parque e jogar à bola, andar de baloiço, passear porque assim que o calor aperta… aperta. E fica mesmo calor. Mesmo.

E foi isso o que já fizemos.

No rio, tomámos banhito e brincámos na areia e com as pedras; na aldeia, estivemos nos baloiços e jogamos à bola no parque. Hoje… ou melhor, ontem 3ª Feira fomos de manhã até à praia fluvial no Sabugal. Estava lá um conjunto de crianças de uma creche da Santa Casa da Misericórdia do Sabugal, eram bastantes. O Gabriel teve um pouco de medo de entrar na água porque apesar de a água dar pela cintura de um adulto, sempre havia aquela rampa de acesso à água que desce e isso de certa maneira o incomodava. Algumas crianças falavam com ele, perguntavam o nome e eu respondia enquanto ele sorria sem nunca largar a minha mão. Volta e meia, eu pegava nele ao colo e ele sentia-se melhor. A dada altura fui um pouco mais dentro com a água na minha cintura e ele sentiu os pés a ficar molhados e começou a mexê-los; olhou e reparou nas folhas das árvores que flutuavam levadas pela corrente e me chamou a atenção para elas. Baixei-o para que as apanhasse e aos poucos foi ficando com as mãos e os pés na água. Foi giro vê-lo mexer as pernas e os braços como se estivesse a nadar. Depois saímos porque já estava a ficar com frio; tirei-lhe a fralda-calção, coloquei uma normal, vesti-o e enquanto ele foi dar uma volta com o avô, eu vesti-me.

O Gabriel adormeceu pouco depois de o carro começar a andar e eu já calculava isso.

Em casa o que fazemos? Brincamos, jogamos à bola e quando o sol já não bate na varanda, vamos para lá “brincar na água”, como eu lhe costumo dizer. Depois do almoço, no pico do calor dá o sonito e vamos dormir. Fica tanto calor que sair à rua… nem pensar! E é literal no “vamos dormir”, todos. Cada um procura um local fresco em casa e “bate choco”até… até ao Gabriel acordar e aí, volta tudo ao normal. É giro.

É um espectáculo andar com o Gabriel. Gabe, The Babe in da house, Miuzela do Côa!



26 De Julho, dia de Feira mensal.

A conjuntura é tramada! É tudo completamente diferente! A laje enorme de granito onde ficavam expostos os animais para venda, está agora ocupada por um edifício dividido em três módulos onde irá ficará pavilhão multiusos; pelo que soube, se o dinheiro não fosse utilizado mesmo que para a construção deste pavilhão, não o seria entregue para outra coisa – a construção de um Lar, por exemplo. Dizem que não se justifica; e também retiraram o médico que cá havia. Fica o pavilhão multiusos e também fica, ao que parece vazio e sem utilização, o edifício onde a junta de Freguesia está juntamente com a GNR, antiga casa do povo, e o espaço colado à escola onde se faziam as festas, teatro, concertos e afins. Ou seja… nova utilização para parte do pavilhão multiusos – Junta de Freguesia e GNR enquanto se enche de ar, espaço antigos que poderiam ter nova utilização.

É pena. Veremos.
Fora isso?

O Gabe acordou, comeu e foi dar uma volta pela feira, pelas bancas. Comprei umas meias para ele e outras para mim. A quantidade de bancas de venda diminuiu drasticamente. Já não se vêem animais à venda mas “o homem dos móveis” e o “homem das panelas” ainda aparece, juntamente com os dos brinquedos irritantes, aqueles cãezinhos que ladrem em tons agudos aos quais só apetece “espetar um pontapé” e vê-los voar. Não… não fiz isso. Mas apeteceu.

Antes que o calor apertasse mais, fomos até ao parque onde andou de escorrega e nos baloiços com outros meninos que lá estavam. Para vir embora é que “foram elas”! Mas lá teve de ser e para o compensar, jogámos à bola em casa.

O almoço foi com os vizinhos-amigos do lado que têm uma filha, Jessica a quem o Gabriel fez olhinhos o tempo todo; já com sono, vim a saber que a conseguiu levar para a cama. Pronto… vou refrasear – quando o sono apertou, a minha mãe disse-me que ele fez questão que fosse a Jessica a levá-lo até à cama, tirou-lhe os sapatos e as meias e ainda lhe fez sinal para ela se deitar ao lado dele e depois adormeceu. Não fui eu a fazê-lo porque tinha ido à farmácia e pelos vistos ele aproveitou, malandreco.

Enquanto ele dormia eu cheguei e tudo mudou! O tempo foi da noite para o dia. Escureceu e houve uma repetição da noite – chuva, trovões e relâmpagos. E na mesma um calor do caraças! Ele nem deu por isso pois estava na siesta. À noite jantámos em casa dos vizinhos e já quando o sonito dele apertava, fui dar com ele ao colo da Jessica e com a mão no seio dela, assim…”sou bebé e ninguém repara nisto!”. Danado! Peguei nele e levei-o para a cama.



O Gabe é o Gabe e uma vez Gabriel, Gabe, The Babe 4Ever.

Faz amigos, cativa pessoas, prende olhares.


quarta-feira, julho 04, 2012

De mim? ESPERANÇA.


Cai Chuva do Céu Cinzento (Fernando Pessoa)

Cai chuva do céu cinzento
 Que não tem razão de ser.
 Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
 Tenho uma grande tristeza
 Acrescentada à que sinto.
 Quero dizer-ma mas pesa
 O quanto comigo minto.
 Porque verdadeiramente
 Não sei se estou triste ou não.
 E a chuva cai levemente
 (Porque Verlaine consente)
 Dentro do meu coração

De mim: Esperança (Fernando Palos)

 Cai Chuva do Céu Cinzento...
...e cinzento torna o coração.
Tristeza o enche e entorna para os pulmões.
Respira-se desgosto e tristeza que se espalha aos músculos.
Gestos frios e sem jeito, mecânicos e automáticos.
Um olhar diferente se anseia;
Um gesto, um carinho que torne o céu cinzento
Em azul de verde esperança
E o coração em vermelho de Alegria
(Amor, Carinho, Ternura, Felicidade).