quinta-feira, junho 14, 2007

1 8 7 e já não me chateias mais!


Através de um episódio da série C.S.I. Las Vegas, comecei a pensar quanto tempo levará até que um adolescente “se passe da carola” e der um tiro a alguém que o chateie vezes sem conta?

Numa altura em que se lê nos jornais acerca das “idas ao poste” e de praxes mais que parvas e sem nexo, efectuadas aos caloiros, lembro-me dos meus tempos de escola.
Sempre houve e de certo que sempre haverá abusadores e abusados, “caçadores” e “presas”, os populares e os coitados.
Muito se diz da “verdade das crianças” mas também é capaz de ser uma verdade cruel.
Da minha parte posso dizer que foram mais os momentos agradáveis que os momentos maus; não era perseguido por ninguém, apesar de usar óculos desde a primária. O problema é que sofri de Hiperhidrose desde tenra idade, o que não me facilitava nada na escolinha e fazia com que ouvisse muitas vezes “a verdade cruel das crianças” – Olha as mãos dele! ; Tens sempre as mãos molhadas! - Não era mentira nenhuma. Era mesmo assim. Mas quando não se sabe ou não se tem idade ainda para ter a percepção das coisas, é mesmo assim.
No entanto, o caso muda de figura à medida que crescemos, tanto de corpo como de mentalidade; bem… pelo menos para alguns, claro!
A vida de estudante é chata: aulas, ter de estudar e nenhum tempo para distracções, notas, a não ser… – …aquele ser vivo que ali vai, mal vestido (já nem se usam aquelas roupas!), e óculos “fundo de garrafa”. Eh! Eh! Eh! Vou-me divertir um pouco!
Eu nem tenho razões de queixa; aparte das mãos suadas, até passava despercebido, ficava no meu canto, na boa. Aquilo até funcionava a meu favor: perguntavam porquê, eu mostrava e o assunto morria ali. Esquisito demais para se preocuparem. Na boa.
Não sei como seria se tivesse ido para a Faculdade ou Universidade com a história das praxes aos caloiros. Podiam acontecer mil e nenhuma coisa: é o reino do Não Sei O Que Aconteceria. Podia-me calhar um tipo mal-encarado, cheio de vontade de me atirar contra um poste ou rapar-me os pelos púbicos. Caramba… até podia ser que calhasse uma madrinha toda boa e me quisesse rapar os pelos púbicos. Baril!
Mas a questão é séria, existe bem perto de nós e por mais que o que se passe nos outros países seja “”, não é assim tão longe nem descabido quanto isso. As praxes existem e não vão desaparecer e tão pouco os “cabeça oca” que se acham os maiores e gozam com os outros. Há praxes engraçadas de fazer sem denegrir ninguém e isso será concerteza o mais fácil de mudar. Difícil mesmo, será alterar a mentalidade bruta de quem gosta e tem prazer em fazer mal.
Como lidar com os mandões que se divertem antes e depois das aulas e nos intervalos? Uma hipótese é os sistemas de vigilância. Outra é uma série de actividades capazes de satisfazer / entreter todas as mentes e corpos, levando-os a criar e fazer coisas e não a destruir nada nem ninguém. Tudo é discutível: a ideia de ter alguém a vigiar pode não agradar a muita gente e ainda para mais o modo como seria efectuado iria ser algo de dispendioso. E meios não há.
Como impedir que o abusado procure vingança que a sua mente se transforme e o faça tomar uma atitude igual ou pior que o que lhe era infligido?
Temos a tendência a nos defender quando atacados. E a atacar por vezes sem olhar a meios.

A bem do ensino e da sanidade mental dos alunos.
A mentalidade na Escola, em que o único estrondo que se oiça é o dos livros a fechar todos ao mesmo tempo logo após o toque de saída.

Pim, Pam, Pum, cada bala mata um…
P.S.: 187 é o código da policia americana para Murder, Death, Kill (Assassinio, Morte, Matar).