sábado, maio 05, 2007

Ponto de vista


É uma questão de perspectiva, apenas.

Há quem diga que tem saudades do tempo de antigamente e que parece que ainda há pouco tempo tinha quinze anos, antes fazia mais, agora nem um terço! Os tempos são outros, a sociedade está em constante evolução e como seria de esperar, o que passou já não volta atrás.
- “…agora, nem um terço!” – O mesmo seria dizer que não faz “um cú”. Um terço é pouco, daí “um cú” é também pouco.

Mas não é bem assim. Não senhor. É necessário escalpelizar esta situação, afim de evitar futuros dissabores.

Há diferenças lógicas entre um terço e a vulgarizada expressão – “um cú” quando aplicadas na mesma frase. Utilizar uma destas expressões tem inerente uma ínfima porção da totalidade. Queremos acentuar o quão difícil será fazer algo, quando em comparação com outra coisa ou época. Contudo, é necessária uma cuidada procura da expressão correcta a utilizar, com o perigo de não nos fazermos entender da melhor maneira.
As diferenças entre estas duas expressões saltam à vista e felizmente não tem cheiro como outra expressão vulgarizada poderia ter: “a merda é a mesma, o cheiro é que é diferente!”.
Portanto, dizer “um terço”, não é o mesmo que dizer “um cú”. Vendo bem as coisas com frontalidade (ou pela parte detrás), ao dizer “um cú”, falamos da totalidade de algo – o cú é um todo e não uma parte. Utilizando na mesma frase as duas expressões, obriga a corrigir a parte do cú, explicando a qual dos terços nos estamos a referir – nádega da esquerda ou da direita, não esquecendo, obrigatoriamente o orifício anal.
No entanto, é mais usual e até recomendável utilizar a expressão “um terço”, uma vez que seria talvez um pouco constrangedor dizer numa frase:
“Antes fazia mais e agora nem uma nádega esquerda!”

Se o objectivo é tornarmo-nos o centro das atenções é este o caminho a seguir!

Passamos à parte em que aprofundamos uma situação, um assunto, e aqui a parte do “terço” a utilizar é logicamente o “segundo terço”.
Vejamos: contando que o ”primeiro terço” será o da parte esquerda e o “terceiro terço”, o da parte direita, para aprofundar um assunto só há uma hipótese – ir directo ao “segundo terço”, o orifício anal.
A profundidade até à qual se pretende abordar a questão fica a cargo de cada um, tendo sempre em conta que não há muita margem de manobra, uma vez que só há um caminho a seguir – para a frente. Voltar atrás, será apenas e exclusivamente o necessário para acentuar um ponto de vista, verificar a reacção de quem nos ouve, para de seguida atacar novamente o busílis da questão.
O cú merece toda a atenção.

Portanto, mesmo que os tempos sejam outros que haja algum saudosismo do que era melhor antes e agora… nem por isso (!), existe uma constante entre o Passado e o Presente (e garantidamente também no Futuro):
- É preciso fazer mais que “um cú”, para que tudo não seja como antes. As nádegas também merecem e só assim se atacam os três terços do problema.