terça-feira, janeiro 31, 2006

The Special One

The Special One (Chelsea 5–Bolton 1) versus O JáVaisTarde (Sporting 0–Académica 1)


Ainda há pouco estava a falar com um amigo meu pelo Messenger, e ele tinha-me perguntado se eu tinha visto o jogo do Sporting (em casa com a Académica); que o Peseiro não tinha condições de continuar à frente e por aí fora.É sempre muito fácil falar e nem sempre fácil quando se está dentro do campo, quer seja como jogador ou treinador. A equipa vai para o jogo com a táctica perfeitamente delineada (4x4x2 / 4x1x2x3), tudo preparado seja para conter o adversário ou para atacar pelos flancos. Contudo, antes do apito inicial, todos se perguntam como será que as equipas se vão encaixar.

Temos dois casos interessantes: o Chelsea e o Sporting chegaram ao intervalo a perder pela diferença de um golo. No entanto, o resultado final foi totalmente diferente: enquanto uma ficou a parecer que um cilindro (pequenino!), lhe passou por cima, a outra tornou-se num cilindro gigantesco. O que terá acontecido ao intervalo? Julgo que a resposta é: Motivação. Veja-se a diferença de atitude com que cada uma veio dos balneários! É gritante! Uma agigantou-se e a outra…ficou cada vez mais perdida.
O problema é que é um jogo de Onze contra Onze; não estão a jogar sozinhos ou com pinos a fazer de obstáculos. Cada um tem a sua táctica que terá de se sobrepor à do outro.
Tão ou mais importante que a táctica, é o sangue-frio, capacidade de discernimento, avaliação das situações imprevistas – e um jogo é profícuo nisso, que o jogador tem de ter para em fracções de segundo decidir para que lado vai rematar ou passar a bola. A táctica muda uma vez iniciado o jogo. O ataque que devia de ser efectuado “por aquele lado”, já tem de ser “pelo outro”, e a defesa tem de ter cuidado com “as subidas do extremo adversário”, tem de “descair mais para ali”! Todos estes pormenores podem acabar por virar do avesso a táctica que veio do balneário.
Os primeiros a dar conta disso são os jogadores, mas é ao treinador que por estar do lado de fora, lhe cabe o dever de transmitir aos jogadores a “nova táctica”! A táctica transmitida pelo treinador nas cabines necessita agora de uma nova injecção de Motivação. Para mim, o que o Mourinho descobriu foi… o Ovo de Colombo! Está lá tudo, nada foi reinventado, mas sim reforçado.
Ele tem uma enorme capacidade de transmitir o que quer que aconteça em campo, a defesa, o ataque, a transposição defesa / ataque, a luta pela posse de bola, o quebrar o ímpeto adversário, os passes longos milimétricos – parecendo que cada um sabe o seu lugar, a simplicidade das jogadas, e é, tão pura e simplesmente na maneira como o faz que está “o segredo”.

O resultado final,seja ele de um ou mais golos de diferença, tem forçosamente de ser o espelho da motivação que os jogadores receberam. Desde que joguem com "gana", mesmo que ganhem, não serão assobiados pelo público.

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