quarta-feira, março 29, 2006

Um Blues de Rui Veloso


Morena de Azul
Essa morena aí sentada,

não dança mas que pena!

Dizem que é complexada,

por ter óculos e ser pequena.

Ó morena, o que é que importa?

Não dá mesmo para cismar,

és tu que fechas a porta e não deixas ninguém entrar,


Morena de azul, Morena de azul.


Eu tenho comigo a cura,

se ficares até ao baile findar.

Eu não meço pela altura, nem

pelo alcance do olhar.

Quando o nosso olhar se cruzou,

mandei-lhe uma piscadela,

e quando o meu solo chegou ela soube que era para ela.


Morena de Azul, Morena de azul.


Chamam-lhe "roda vinte e quatro",

esses galitos de lata.

Mas ela p'ra mim esta noite,

tem a medida exacta.


Essa morena tem um quê,

que não se vê daqui de fora

e uma vez que se lá entra,

não se pode vir embora.


Morena de Azul, Morena de Azul.

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