quarta-feira, março 01, 2006

Benfica – Porto



1988; 10ª jornada, 25 minutos da primeira parte e o comentador dizia que não estava a ser um jogo espectacular.

No Benfica alguns eram estes: Silvino, Álvaro, Chalana, Veloso, Paneira, Elzo, Mozer, Ademir, Vata. No Porto estavam o Zé Beto, Rui Águas, Bandeirinha, João Pinto (o da célebre frase: “estávamos à beira do precipício mas tomámos a decisão certa: de-mos um passo em frente!”), Sousa, Kongolo, Madjer, Geraldão, André.
O árbitro era o Carlos Valente de Setúbal.

Nestes poucos minutos, depois de ter assistido ao Benfica – Porto da era actual e desde que cheguei a este canal de algumas memórias da RTP, já vi futebol mais fluido, objectivo (em termos de decisão nas jogadas), suado, do que nos jogos de hoje. Há jogadas perdidas, claro que sim, mas agora há é jogadores perdidos, sem saberem para onde passarem a bola!
O futebol era muito mais apoiado. Não havia os laterais rápidos com os jogadores mais próximos uns dos outros.

* 33’ 52 segundos e o comentador diz que o futebol é pouco produtivo em ambas as equipas.

Como eu dizia, apesar de não existirem os laterais rápidos, o futebol era movimentado. Jogadas feias, atrasos para o guarda-redes (que podia agarrar a bola), nem por isso com entradas feias; jogadas perdidas, algumas trocas de posição e aqui uma diferença (para mim), grande: objectividade, entrega e…remates à baliza!
O comentador chama-lhe “jogo muito pensado”! Concerteza que sim, mas nem por isso parado.
O Rui Águas não chega à bola após um cruzamento, proveniente de uma falta de Paneira. A bola continua a rolar. Jogada pela direita, Paneira para Abel, este centra e Chalana à boca da baliza…manda para fora (!), a dois minutos do intervalo. O Benfica ataca mais. Intervalo.

A época actual? Pois é…! Eu prefiro o futebol apoiado, sem deixar um jogador sozinho entre vários adversários, pelas laterais com diagonais em profundidade para o ataque, cruzamentos e remates à baliza. Não quero dizer com isto que não haja uma ou outra jogada individual (lembro-me do Veloso que fazia algumas incursões pela lateral para centrar para a área – voltar com a mesma velocidade à posição anterior é que era outra história!), uma coisa não invalida a outra. Os dois sistemas completam-se e permitem mais opções: jogo jogado, pausado, trocas de posição, marcações, não abrindo desta maneira, completamente o jogo ao adversário.

Uma mistura do sistema de hoje com o de 1988 seria algo a experimentar (digo eu!!!).

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