quarta-feira, setembro 15, 2010

A hora do sonito é sagrada


... mas nem sempre levada à risca sendo quase como um católico não praticante.

Quando comecei a introduzir o Gabriel à prática do sono, fiz questão de o apresentar a Joana Pestana, de quem ele gosta umas vezes, outras nem tanto e outras agarra-a ainda ela não sonha vir ter com ele.

Depois de uma refeição, se o sonito não vier logo, vem a brincadeira e as conversas com os bonecos pendurados no ginásio: fala com eles, zanga-se, escolhe um e espeta-lhe uma sapa enquanto solta gritinhos e sons bem altos e isto dura até eu perceber os primeiros indícios da birra de sono: É um misto de choro não chorado e conversa chateada (os bonecos não respondem nem quando atiçados com uma galheta!). Nesse momento, coloco a alcofa ao pé de mim, ponho a chucha na boca e passo com os dedos pela face, sobrancelhas e nariz. E funciona.

Funciona rápido quando ele rapta a Joana Pestana e parte com ela para parte incerta; mais ou menos quando insiste, de chucha na boca numa conversa de surdos porque eu não quero ouvir aquela conversa nem ele me quer ouvir a mim; ou então é artista, come enquanto dorme, balbuceia mas não diz grande coisa e depois é só virá-lo para o lado.
Baril!

P.S.: (a 10-09) fui com o Gabriel ao Centro de Saúde para a vacina e qual o meu espanto quando no momento da pica, já eu falava com ele a algum tempo, ele continuou sorridente e nem chorou. No entanto, reparei no meio dos sorrisos, um ligeiro abrir das pupilas quando a seringa entrou na pele; olhou para mim e continuou, provavelmente por ter pensado que se eu continuava a sorrir e a falar com ele, então aquilo que sentiu não deveria de ser nada de mau. Gostava de pensar que foi o que ele pensou.
Foi uma óptima surpresa.

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