sexta-feira, março 05, 2010

O meu maior Desejo é que corra tudo bem.

Já dei por mim a fazer o que provavelmente, muitos pais o fizeram que é criar imagens mentais de como será o bebé.

Pelas Ecografias, fomos tendo uma visão da evolução, sempre ouvindo com muita atenção aqueles termos técnicos que o médico vai debitando para a assistente ao mesmo tempo que viamos imagens até ao momento do clímax em que ouvimos o bater do coração. Aqueles poucos segundos em que a única coisa que se ouve é o "tuntum...tuntum...tuntum..." do coração.

Mas nada se compara a tê-lo cá fora, ainda para mais quando há outras crianças bebés pelas quais passamos ou vimos emrevistas e anúncios e não resistimos, pelo menos eu, a ir criando uma imagem mental.

A minha imagem mental do Gabriel foi sendo criada desde a última Ecografia, na qual o médico disse que estava tudo bem; consigo uma imagem "nublada mas a clarear" de uma silhueta de bebé deitado por cima de uma toalha branca fôfa, a mexer os braços e as pernas mas não ouço um único som. Tal como as feições, o som do choro perfaz a segunda coisa (não encontro outra palavra!) que não consigo descrutinar.

Em conversas com a minha Ana, já comentei isto e disse-lhe que - "Pelo menos, espero que não tenha o meu nariz nem a minha boca (dentes) tortos... mas pode ter os meus olhos castanhos lindos!".

Os dela também são castanhos mas pode ser que o Gabriel venha a ter o meu tom de castanho... sei lá...é possível.

(no reino da imaginação... prontos!).

Acho que há um termo técnico em Psicologia que acontece (segundo os doutorados), mais ou menos parecido com o "luto do bebé" ou coisa que o valha, aquando do nascimento quando os pais vêem finalmente a criança e têm de "se despedir da imagem" que criaram porque a realidade está ali.

Sei que isso não vai acontecer comigo porque a minha imagem é só de o que apelido de "uma silhueta que é preenchida por côr e volume, a cada momento que passa" e que quando vier cá para fora... vai berrar que (nunca) se farta com frio e fome até encontrar o abraço acolhedor da mãe e ouvir o seu bater do coração. E espero que não se assuste ao ouvir a voz grossa sussurrada do Papito (eu).

Também já dei por mim a pensar, como será "o primeiro de tudo"! Ou melhor, o meu "primeiro de tudo".

O que eu verei do Gabriel; O primeiro choro. Os primeiros movimentos dos bracitos e das pernitas, dos deditos e da boquita desdentada, a cabecita a mexer e o primeiro silêncio dele a dormir, e que de certeza o silêncio ficará gravado eternamente na minha memória até...

… até à primeira cagadela.

A primeira de muitas agonias e vómitos provocadas ao Papito.

Também já comentei com a Ana e foi engraçado ouvir o que ela disse, a propósito do novo trabalho dela numa creche a 10 minutos de casa – “Hoje quando mudei a fralda da bebé Beatriz, vi que ela tinha feito um cocózito bonitinho, perfeitinho!”

(silêncio e incredibilidade)

- Não comentaste isso com ning… - e nem acabei a frase porque ela… - “Sim… disse à educadora e rimos as duas… “perfeitinho!”

A bem dizer, eu apenas pensei o que seria o primeiro de tudo que eu visse e a última coisa em que iria reparar seria a perfeição, dimensões e consistência da poia do Gabriel.

Depois veremos.

Estou cá a torcer por ele, para ele e à espera dele. (e das poias dele… que remédio, né!)


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