quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Trabalho efectivo / Qualidade

Uma pergunta que já fiz a mim próprio algumas vezes: - Durante quantas horas poderá um individuo produzir trabalho efectivoe de qualidade?

Sabemos bem o quão competitivo é o mercado de trabalho; os lucros sãopequenos e nenhuma empresa pode dar-se ao "luxo" de negar trabalho - "Do que precisa?Nós fornecemos / fazemos!"

O mercado assim o obriga.

De há uns anos para cá, as empresas têm procurado recém-licenciados (sem expe_riência de trabalho), em detrimento de alguém com (muitos) mais anos de trabalho e experiência profissional. Está mais que visto o porquê desta situação: um individuocom experiência na função, muito dificilmente "deixa" que lhe pisem os calos, ou melhor,não deixa que fique por pagar algo a que tem direito, e está perfeitamente a par dos direitos. Não se trata de levantar ondas nem tsunamis no local de trabalho, mas a experiência paga-se (e bem)!

Claro está que na posição oposta estão os recém-licenciados: ficam extremamente contentes quando conseguem entrar numa empresa de prestígio mas ficam sujeitos a tudo o que lhes ponham à frente. Para que o trabalho seja feito ou entregue, os empregados são muitas vezes "obrigados" a esforços quase sobre-humanos, sejam muitas horas de pé ou com os olhos postos num écran, de dia, de noite, ou até começando de dia e terminando duas horas antes de o Sol nascer.
Não, não é exagero. É o que acontece!
O Chefe pode atédizer que depois das tarefas que foram atribuidas estarem acabadas, o empregado é livrede fazer o que quiser, ir embora ou ficar; mas não é isto que realmente acontece. A aceitação de mais e mais trabalho, gera mais e mais trabalho, e não o que poderia estar directamente ligado, que seria gerar mais postos de trabalho. Contudo, isto iría gerar custos e o objectivo é precisamente o contrário: conter.

Chegou a fazer-se um estudo precisamente acerca do trabalho efectivo, e segundo os entendidos um individuo consegue produzir, ou melhor, estar em condições de produzir trabalho efectivo e de qualidade durante 8 horas, podendo ir a um máximo de 10 horas. Não estará muito longe da verdade se pensarmos que se gasta nos transportes publicos uma média de 2 horas e 30 entre idas e voltas do emprego; e também concertezase tivermos em conta que 90% dos empregados não trabalha em casa. É exagero? Acho quenem por isso! E ainda se pagassem as horas convenientemente...agora não é isso que acontece.

Cresce cada vez mais o OutSourcing e empresas e ele associadas. As empresas de trabalho temporário, praticamente todas têm um departamento de OutSourcing, fonte de rendimento extra através do qual fornecem mão-de-obra aos seus clientes e recebem por tê-los lá a trabalhar. Os clientes, esses são grandes empresas que resolveram cortar nos custos - eliminando departamentos e por conseguinte empregados. Recorrendo ao OutSourcing, eliminam também quaisquer encargos para com as pessoas; fornecem o espaço e o equipamento, dão formação primeiro a uma equipa de supervisores e posteriormentea quem vier ocupar a posição como empregado. O que interessa é o trabalho efectuado, não se preocupando com pagamentos de ordenados - fica tudo por conta da empresa que fornece o empregado.
O que acontece nestes casos é que "não se passa da cepa torta", por assim dizer!A progressão na carreira está limitada ou é inexistente; é limitada porque a única hipótese que há é a de mudança de horário - uma vez que se funciona em regime de turnos,ou mudando de piso para outra secção, tendo em conta o serviço já prestado, ficando o empregado sempre ligado à empresa de OutSourcing, e muito raramente passando ao quadro da empresa onde presta o serviço.

Cada vez mais as médias e grandes empresas cortam nos custos e nos postos de trabalho. E quem se lixa, é o mexilhão!

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