segunda-feira, março 10, 2008

O amanhecer é lento

A dada altura num livro que li, o autor utilizou a seguinte frase: "A curiosidade matou o gato. Mas a satisfação, trouxe-o de volta." Ao contrário de numa situação destas, as coisas não acontecem com a rapidez desejada, apesar da vontade. Mas a curiosidade funciona.
Na sequência da adaptação às necessidades por parte dos povos, populações ou nações, tal como visto anteriormente nos "Caçadores de Nuvens" do Chile, surge mais um exemplo da adaptação dos recursos (naturais) às necessidades, cá mesmo em Portugal. Contudo, enquanto que no Chile os custos de tal empresa não são de grande monta para o bom resultado esperado e resumem-se à aquisição de uma rede de grandes dimensões, umas cordas e um cano/tubo de plástico cortado ao meio ao comprimento da rede, preso depois a dois postes de madeira altos, em Portugal para coisas mesmo simples, é preciso recorrer ao apoio estatal.
De Norte a Sul há exemplos de individuos, com e sem estudos, capazes de ideias e inventos úteis ao país. O Dr. João Claro, da Universidade de Trás-os-Montes, professor/investigador, segui durante dois anos a convicção de que o sistema industrial poderá imitar (e bem), o natural..."nada se perde, tudo se transforma." O Processo de Valorização dos Residuos e Efluentes da produção de Azeite, parte do pressuposto da mistura dos residuos do azeite com o pó de cortiça, transformando-os num compósito altamente calorifico.
No que resulta juntar aos residuos de azeite, pó de cortiça? Uma biomassa com poder energético 20% superior. Não é apenas o poder energético que sai valorizado, uma vez que também poderá ser utilizado para corrigir solos alcalinos ou como fertilizante.
A invenção simples do Professor português, esbarra na realidade do país, contrária à realidade que o Professor Pardal encontra nos livros de banda desenhada onde tudo resulta ao estalar de dois dedos. Este produto necessita de financiamento para ser posto em prática e para tal, já foi proposto a apoio financeiro do Quadro de Referência Estratégico Nacional - QREN.
O que é necessário em Portugal é dar prioridade a projectos que garantam evolução, aproveitamento ou reaproveitamento de recursos ou de residuos. "Igualar", tanto quanto o possivel, a simplicidade dos "Caçadores de Nuvens" chilenos, aproveitando a muita criatividade que há em Portugal.
Não pagaremos nós o suficiente para que garantindo os apoios necessários a quem deles precise, possamos depois beneficiar com isso?
Ou o que já pagamos está a ter ou "aproveitamento?
O Ciclo do Dinheiro deverá continuar: gastar no necessário para usufruir. Todos.
Mas o amanhecer é lento em Portugal.

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